As Institutas de João Calvino: A obra de uma vida e uma vida para o Reino

A Propósito dos 460 anos da morte do Reformador

As Institutas é um edifício de pedra, feito para durar. – Bernard Cottret.[1]

Equívoco, confusão, desordem.  Foi então quando surgiu um homem. E apareceu um livro. O homem: João Calvino. O livro: A Instituição Cristã. – Lucien Febvre (1878-1956).[2]

 

Introdução

O filósofo francês J.J. Rousseau (1712-1778), no seu Contrato Social (1762), assim se referiu a Calvino:

Os que consideram Calvino somente um teólogo não conhecem bem a extensão de seu gênio. A redação de nossos sábios editos, da qual participou ativamente, honra-o tanto quanto sua Instituição. Qualquer que seja a revolução que o tempo possa trazer a nosso culto, enquanto o amor à pátria e à liberdade não se extinguir entre nós, jamais a memória desse grande homem deixará de ser abençoada.[3]

Alguns líderes marcam a história, mais precisamente, seus seguidores, devido a sua personalidade e carisma pessoal. O Reformador João Calvino (1509-1564), diferentemente, marcou a história por sua doutrina. E esta, elaborada a partir de uma preocupação em sistematizar a Palavra de Deus de forma fiel e abrangente conduzindo a igreja a uma maior compreensão da Palavra que redunde em culto e obediência.

 

1. O surgimento das Institutas e sua importância

As Institutas, concluída em agosto de 1535, teve a sua primeira edição em março de 1536 (Basiléia), então um centro editor em expansão, na tipografia dos “amigos-inimigos” Thomas Platter e Balthasar Lasius, vulgo “Ruch”.[4] O nome original é Institutio Christianae Religionis, uma obra para instrução, uma espécie de manual; uma cartilha concernente à fé cristã que objetiva voltar aos fundamentos originais da teologia cristã. A sua estrutura foi certamente inspirada no Catecismo Menor de Lutero (1529), recebendo também a influência de outros reformadores mais antigos.[5]

Calvino escreveu as Institutas num primeiro momento para apresentar a fé cristã de forma consistente visando defender cristãos que aderiram à Reforma e, que estavam sendo caluniados, perseguidos e mortos, especialmente na França, temendo que essa prática se estendesse a outros países. Entendeu que o seu silêncio seria um ato de “covardia e traição”.[6] Deste modo preparou a primeira edição de sua obra com o prefácio dedicado ao vaidoso, inconstante e enigmático Rei Francisco I (1494-1547) da França.[7] Nesta confissão doutrinária Calvino demonstra a integridade bíblica de seus irmãos, desmentindo falsas acusações sectárias e, declara a distinção deste movimento em relação aos anabatistas. De forma bastante lúcida, Calvino apresenta as marcas pelas quais a igreja de Cristo deve ser identificada: A Palavra e os Sacramentos.[8]

A obra pode ser dividida em cinco capítulos nos quais expõe a Lei, Credo Apostólico, oração, os sacramentos do batismo e da Ceia do Senhor e a liberdade cristã.

A influência de Calvino emerge das Institutas da Religião Cristã (1536-1559) e de seus comentários de quase toda a Bíblia, os quais, conforme desejava, deveriam ser lidos em conjunto com As Institutas e de seus sermões.

Na medida em que escrevia os seus comentários da Bíblia, ampliava a sua Instituição da Religião Cristã como resultado do seu aprofundamento bíblico, histórico e teológico, tendo em vista também os novos questionamentos de seu tempo e os debates que teve que manter com visões diferentes. Por sua vez nos seus comentários não raramente ele remete o leitor às Institutas.[9] Neste sentido a obra apresenta um esboço estrutural de uma Apologética Cristã.[10]

Aliás, a sua teologia nada mais era do que um esforço por comentar as Escrituras; por isso sua obra pode ser corretamente chamada de uma “teologia bíblica”, certamente escrita por um comentarista bíblico e teólogo sistemático que tão bem sabia se valer dos recursos da exegese e da hermenêutica e, considerando a graça comum, recorria às demais ciências, dispondo tudo isso de forma erudita, devocional e pedagógica. Por isso a história dos comentários bíblicos de Calvino e a das sucessivas edições das Institutas se confundem e se completam.[11] A sua exegese tinha um escopo teológico e a sua teologia estava amparada em uma sólida exegese bíblica. Deve-se observar ainda o seu propósito em cada um de seus escritos. Escreve McGrath:

Fica claro que, ao comentar os textos, Calvino frequentemente sente que não é adequado fornecer uma explicação detalhada sobre todas as implicações doutrinárias presentes em uma dada passagem. (…) Os comentários podem esclarecer aspectos particulares dos textos bíblicos; as Institutas fornecem uma estrutura através da qual a essência da proclamação bíblica pode ser percebida e compreendida. Calvino claramente considerava seus comentários bíblicos como subordinados às Institutas, em alguns aspectos; estes não pretendiam ser um substituto independente e não podem ser tratados como se assim o fossem.[12]

Portanto, não obstante as diversas revisões e adições das Institutas, o seu propósito permanecia o mesmo: “….preparar e instruir os candidatos à Sagrada Teologia, que não só lhe tenham fácil acesso, mas ainda possam nesta escalada avançar sem tropeços”.[13] Na tradução francesa de 1541[14] – tradução que, juntamente com outros dos seus muitos e belos escritos, contribuiu para modelar essa língua –[15], feita pelo próprio Calvino, no prefácio, diz que a sua obra poderia servir como “uma chave e uma abertura para dar acesso a todos os filhos de Deus para entenderem bem, e diretamente, a Escritura Sagrada”.[16] No parágrafo anterior justificara: “Redigi-a primeiramente em latim, para que pudesse servir a todos os estudiosos, de qualquer país que fossem, então, ao depois, almejando comunicar o que daí poderia advir de proveito à nossa gente francesa, traduzi-a também para nossa língua”. Calvino pretende, portanto, diante de variadas interpretações que surgem, apresentar um guia seguro para ler as Escrituras.[17]

 

2. Difusão e ampliação das Institutas

O trabalho tipográfico foi, em certo aspecto, primoroso: “As páginas de sua Instituição Cristã e calvinista, de 1536, não amarelaram passadas quinze gerações”, admira-se Ladurie[18]. Esta edição original escrita em latim – dispunha de 6 capítulos em apenas 514 páginas, com formato aproximado de 15×10 – um livro de bolso que facilitava o seu transporte discreto; a última – passando por algumas ampliações, revisões e reorganizações [1536, 1539, 1543 (reimpressa em 1545), 1550 (quando é introduzida subdivisão dos capítulos em parágrafos) (reimpressa em 1553 e 1554)], até atingir a forma definitiva – publicada em Genebra (1559) na tipografia do conceituado tipógrafo Robert Estienne (1503-1559). Esta foi reimpressa quatro vezes em 1561: Em Genebra: Duas vezes em Francês e uma vez em latim. Londres: uma vez em inglês. Tive acesso à edição latina editada em Genebra por Antonius Rebulins, constando de 980 páginas e mais 67 páginas de índice remissivo (formato: 18×11, tipo 8), dividida em 80 capítulos.

As Institutas foi logo traduzida para diversos idiomas (Italiano: 1557; Holandês: 1560; Inglês: 1561; Alemão: 1572 e Espanhol: 1597), sendo, amplamente lida: “Nenhum livro seria mais lido durante o século XVI”, especula o conceituado historiador católico Daniel-Rops (1901-1965).[19]

Febvre (1878-1956) e Martin (1924-2007) informam-nos que, “de 1550-1564 [ano da morte de Calvino], serão publicadas 256 edições, das quais 160 em Genebra. A Institution chrétienne é, então, sozinha, objeto de 25 reedições, nove latinas e dezesseis francesas das quais a maioria provém dos prelos genebrinos….”.[23]

A justificativa para essa enorme popularidade, é-nos fornecida parcialmente por Daniel-Rops: “É que ele trazia para a reforma o essencial do que ela esperava para ganhar fisionomia própria perante a Igreja católica. Além disso, era a obra dum grande escritor”.[24]

Warfield (1851-1921) faz uma comparação das Institutas com outros trabalhos:

O que Tucídides é para os Gregos, ou Gibbon entre os historiadores ingleses do século XVIII, o que Platão é entre os filósofos, ou a Ilíada entre os épicos, ou Shakespeare entre os dramas, é o que as ‘Instituições’ de Calvino é entre os tratados teológicos.[25]

Na mesma linha, escrevera William Cunningham (1805-1861), professor (1843) e reitor (1848) do New College de Edimburgo, dizendo que na ciência teológica, a Instituição ocupa um lugar semelhante ao Novum Organum de Bacon e os Princípios Matemáticos de Newton nas ciências físicas.[26]

Conforme o próprio Calvino nos diz; ele só se satisfez com o arranjo e ordem desta última (Prefácio à Edição de 1559). Isso, sem falar de sua constante insatisfação com o trabalho dos tipógrafos nas sucessivas edições de suas obras, ficando em verdadeiro “pé de guerra” com eles.[27] A tradução francesa foi impressa na tipografia de Jean Girard, em Genebra (1541) – esta edição, na qual ele retoma algum material da edição de 1536, adequando-a, inclusive ao público francês,[28] tem um sabor especial, pois, ao que parece, foi traduzida inteiramente por Calvino, não apenas revisada, conforme, ao que parece, aconteceu com as demais traduções francesas,[29] seguindo-se outras: 1545, 1551, (reimpressão: 1553, 1554 e 1557), e a definitiva: 1560.

A última edição latina das Institutas (1559), Calvino a reorganizou em quatro Livros, inspirado no modelo do credo Apostólico. Podemos esboçar da seguinte maneira: I) O Conhecimento de Deus o Criador; II) O Pecado e a Pessoa e obra de Cristo o Redentor; III) A Obra de Cristo aplicada pelo Espírito Santo; IV) A Igreja de Deus e os Sacramentos.

Objetivando facilitar a difusão da obra de Calvino na França, parte da segunda edição latina (1539) circulou subscrita sob o pseudônimo Alcuinus, um anagrama do seu próprio nome[30] que possivelmente visava despistar seus inquisidores, protegendo aqueles que a difundiam em territórios dominados pela igreja romana.[31] Esta edição agora consta de 17 capítulos, seus assuntos foram reorganizados tendo sido triplicada em seu tamanho. Ela exerceria poderosa influência sobre as Igrejas da França, tendo o Parlamento francês inclusive interditado a obra e destruído alguns volumes (1542) e a Faculdade de Teologia a incluiu entre os livros censurados (23/06/1545).[32] Apesar das sucessivas edições ampliadas das Institutas, a realidade é que a sua teologia não mudou. As modificações refletem, na realidade, mais uma preocupação pedagógica do que metodológica e menos ainda teológica. É bom lembrar, que toda a sua obra foi produzida não num clima de sossego e paz, numa “torre de marfim”, mas em meio a inúmeros problemas: calúnias, difamações, incompreensões, questões administrativas, domésticas, financeiras e, principalmente, de saúde.[33]

 

Considerações finais

Nas Institutas temos a essência do pensamento do Reformador estruturada de forma lógica e didática. A sua contribuição maior talvez seja o de conduzir os fiéis de volta às Escrituras, demonstrando a sua atualidade, organicidade e solidez na estruturação da Fé Cristã.

Humanamente falando, grande parte do sucesso do empreendimento reformador em sua expansão e solidez teológica deve-se a essa obra que permanece “como o maior e mais influente de todos os tratados dogmáticos”.[34] Devemos ser gratos a Deus pela contribuição de Calvino no Reino. Somos grandemente devedores a ele que aprendeu que “o princípio da genuína sabedoria consiste em que o homem se desvencilhe do orgulho e se submeta à autoridade de Cristo”.[35]

Concluo com a oração de Calvino feita após a exposição de Dn 3.30:

Deus Todo-Poderoso, já que Te fizeste conhecido a nós no ensinamento de Tua Lei e Evangelho, e também diariamente condescendes em revelar-nos, de maneira familiar; tua vontade, permite que permaneçamos firmes na verdadeira obediência àquele ensino no qual a perfeita retidão se nos manifesta, e que nunca sejamos demovidos de Teu serviço; e, seja o que for que nos aconteça, que estejamos preparados a sofrer mil mortes em vez de nos desviarmos da verdadeira profissão da piedade na qual saibamos descansar nossa salvação; e que possamos de tal forma glorificar Teu nome que nos tornemos participantes daquela glória que nos foi conquistada pelo sangue de Teu Unigênito Filho. Amém.[36]

 

Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa

______________________________________________

[1] Bernard Cottret, Calvin: A Biography, Michigan; Cambridge, U.K.; Edinburgh: Eerdmans; T&T Clark, 2000, p. 310.

[2]Lucien Febvre, Au Coeur Religieux du XVIe Siècle, Paris: École Pratique des Hautes Études, 1968, p. 256.

[3]J.J. Rousseau, Do Contrato Social, São Paulo: Abril Cultural, (Os Pensadores, v. 14), 1973, II.7. p. 64.

[4]Sobre a saga da família Platter e as peripécias de Thomas Platter, Veja-se: Emmanuel Le Roy Ladurie, O Mendigo e o Professor: a saga da família Platter no século XVI, Rio de Janeiro: Rocco, 1999, v. 1, passim.

[5]Para uma análise mais detalhada deste ponto, vejam-se: W. Walker, John Calvin: The organiser of Reformed Protestantism – 1509-1564, New York: Schocken Books, © 1906, 1969, p. 127-150 e, especialmente: Alexandre Ganoczy, The Young Calvin, Philadelphia: The Westminster Press, 1987, p. 137-168

[6] J. Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo: Paracletos, 1999, v. 1, p. 39.

[7] Na opinião do historiador Daniel-Rops (1901-1965), essa carta é um “magnífico trecho de eloquência, de inspiração firme e comedida” (Daniel-Rops, A Igreja da Renascença e da Reforma: I. A reforma protestante, São Paulo: Quadrante, 1996, p. 373).

[8] J. Calvino, As Institutas, (Dedicatória: Carta ao Rei Francisco, X),

[9] Vejam-se, por exemplo: At 6.3; Rm 3.21,28; 1Co 1.1; 3.9,14; 5.5; 9.5-6; 2Co 4.17; 5.10; Ef 3.18-10; 1Tm 2.6; 3.8; 1Pe 1.20.

[10] Cf. B.B. Warfield, Calvin’s doctrine of the knowledge of God: In: É. Doumergue, et. al., Calvin and the Reformation,  New York: Fleming, H. Revell Company,  1909, p. 132. (Também: B.B. Warfield, Calvin and Calvinism, Grand Rapids, Michigan: Baker, (The Work’s of Benjamin B. Warfield), v. 5, (Reprinted, 2000),  v. 5, p. 30).

[11]Calvino desejava que a Instituição fosse lida em conjunto com os comentários: Veja-se Prefácio à edição latina a partir da segunda edição (1539) e o Prefácio à edição francesa (1560). (Jean Calvin, L’Institution Chrétienne, Genève: Labor et Fides, 1955, v. 1, p. XIX). Também, algumas vezes ele nos remete para seus sermões (Vejam-se, por exemplo: João Calvino, Efésios, São Paulo: Paracletos, 1998, (Ef 3.18), p. 105; (Ef 4.5), p. 110; As Pastorais, São Paulo: Paracletos, 1998, (1Tm 2.6), p. 67; (1Tm 3.8), p. 92; (1Tm 4.14), p. 124).

[12] Alister E. McGrath, A Vida de João Calvino, São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2004, p. 173.

[13] João Calvino, Prefácio à edição da Instituição, (1559). Ele conclui o Prefácio: “Felicidades, leitor amigo, e se destes labores meus algum fruto colhes, ajuda-me com tuas preces diante de Deus, nosso Pai”. No prefácio de Salmos, Calvino explica os motivos que o levaram a escrever as Institutas (J. Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo: Paracletos, 1999, v. 1, p. 39-40).

[14]Esta edição foi publicada em português: João Calvino, As Institutas da Religião Cristã: edição especial com notas para estudo e pesquisa, São Paulo: Cultura Cristã, 2006, 4v.

[15] “O livro é um dos primeiros monumentos duradouros da prosa francesa.  De um estilo sóbrio, claro, de uma eloquência incomparável, de uma linguagem firme, de um entusiasmo ardente, de uma convicção imperativa, de uma dialética firmada numa razão rígida, além disso, percebe-se um pouco de graça a fim de amaciar a linguagem difícil e tensa.  Todavia, Calvino “é um dos pais do nosso idioma”, como cita Pasquier, tendo feito pela prosa francesa, o que Lucrécio fez pela poesia latina: suavizou a língua para ela expressar as ideias sérias e duras”  (Léo Claretie,  Histoire de la Littérrature Française (900-1900), Tome Premier: des origines au dix-septième siècle,  Paris: Société d’Èditions Littéraires et Artistiques, 1905, p. 252). “Depois de passados quatro séculos, a voz unânime da posteridade tem consagrado o texto francês das Institutas da Religião Cristã como uma das mais nobres e perfeitas obras-primas da nossa literatura”. (Abel Lefranc, Grands Écrivains Français de la Renaissance,  Paris: Librairie Ancienne Honoré Champion, 1914, v. 2, p. 305). Willemart afirma que “Calvino foi, de um certo modo, fundador da prosa francesa com a Institution e seus tratados” (Philippe Willemart, A Idade Média e a Renascença na literatura francesa, São Paulo: Annablume, 2000, p. 43). Schaff diz que Calvino “escreveu em duas línguas com igual clareza, força e elegância” (Philip Schaff, History of the Christian Church, Peabody, Massachusetts: Hendrickson Publishers, 1996, v. 8, p. 267). Vejam-se: Philip Schaff, History of the Christian Church, v. 8, p. 266; T. George, Teologia dos Reformadores, São Paulo: Vida Nova, 1994, p. 181-182; T.H.L. Parker, The Oracles of God: An Introduction to the Preaching of John Calvin, Cambridge, England: James Clarke & Co, 1947, (2002) Reprinted, p. 30; Thea B. Van Halsema, João Calvino era Assim, São Paulo: Editora Vida Evangélica, 1968, p. 100; Jacques Pannier, Introdução às Institutas (João Calvino, As Institutas da Religião Cristã: edição especial com notas para estudo e pesquisa, São Paulo: Cultura Cristã, 2006, v. 1, p. 25); Alister E. McGrath, A Vida de João Calvino, p. 157-160. Vejam-se também, entre outros, o testemunho do erudito Joseph Scaliger (1540-1609) e do católico Etienne Pasquier (1528-1615) em Philip Schaff, History of the Christian Church, v. 8, p. 272-274 e Daniel-Rops, A Igreja da Renascença e da Reforma: I. A reforma protestante, São Paulo: Quadrante, 1996, p. 384-386.

[16] É curioso que no Prólogo da Suma Teológica (c. 1266-1273) de Tomás de Aquino (1225-1274), ele diz: “…. É nossa intenção, na obra presente, ensinar as verdades da religião cristã de modo convincente à instrução dos principiantes”. Após falar das dificuldades encontradas pelos leitores neófitos na leitura de obras de outros autores – basicamente, prolixidade e assuntos desinteressantes –, continua: “Esforçando-nos por evitar esses e outros defeitos, tentaremos, confiantes no divino auxílio, expor, breve e lucidamente, o que respeita à doutrina sagrada, na medida em que a matéria o comporta” (Tomás de Aquino, Suma Teológica, 2. ed. Porto Alegre; Caxias do Sul, RS.: Escola Superior de Teologia São Lourenço de Brindes; Livraria Sulina Editora; Universidade de Caxias do Sul, 1980, v. 1, “Prólogo”, p. 1).

[17] Veja-se: Alister McGrath, A Revolução Protestante, Brasília, DF.: Palavra, 2012, p. 97.

[18]Emmanuel Le Roy Ladurie, O Mendigo e o Professor: a saga da família Platter no século XVI, v. 1, p. 156.

[19]Daniel-Rops, A Igreja da Renascença e da Reforma: I. A reforma protestante, São Paulo: Quadrante, 1996, p. 383.

[20] Edição comentada do livro de Sêneca, publicada com seus próprios recursos. Veja-se: Hermisten M. P. Costa, João Calvino 500 anos, São Paulo: Cultura Cristã, 2009, p. 56-57.

[21] François Wendel, Calvin, New York: Harper & Row, Publishers, 1963, p. 113.

[22] Emmanuel Le Roy Ladurie, O Mendigo e o Professor: a saga da família Platter no século XVI, Rio de Janeiro: Rocco, 1999, v. 1, p. 152,153, 166.

[23]Lucien Febvre; Henry Jean-Martin, O Aparecimento do Livro, São Paulo: Hucitec., 1992, p. 442-443. “Esta obra magistral, que perdura como uma das mais lúcidas e mais vigorosas sumas teológicas da história cristã, espalha-se por toda a Europa” (André Biéler, O Pensamento Econômico e Social de Calvino, São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1990, p. 192).

[24]Daniel-Rops, A Igreja da Renascença e da Reforma: I. A reforma protestante, p. 383. Vejam-se diversos testemunhos a respeito da obra de Calvino coletados por Schaff entre seus contemporâneos e autores posteriores, quer simpáticos ou não aos seus ensinamentos, porém, admiradores de sua capacidade e estilo. (Philip Schaff, History of the Christian Church, Peabody, Massachusetts: Hendrickson Publishers, 1996, v. 8, p. 272-295).

[25] B.B. Warfield, Calvin and Calvinism, Grand Rapids, Michigan: Baker, (The Work’s of Benjamin B. Warfield), (Reprinted, 2000), v. 5, p. 374.

[26]Ver: William Cunningham, The Reformers and the Theology of the Reformation, Carlisle, Pennsylvania: The Banner of Truth Trust, © 1862 (1979) (Reprinted), p. 295.

[27] Cf. J.W. Marmelstein, Etude comparative des textes latins et français de l’Institution de la Religion chrestienne par Jean Calvin, Groningen: Den Haag, 1923, p. 113. Vejam alguns dos motivos da irritação de Calvino com os impressores nas páginas 117-120.

[28] Cf. Alister E. McGrath, A Vida de João Calvino, São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2004, p. 162-163.

[29]Cf. Jacques Pannier, Introduction à Institution de la Religion Chrestienne, Paris: Société Les Belles Lettres, 1936, v. 1, p. XXII.

[30]Emile Doumergue, Jean Calvin: Les hommes et les choses de son temps, Lausanne: Georges Bridel & Cie Editerurs, 1899, v. 1, p. 563.

[31]Vejam-se: Jean Cardier, In: Prefácio à edição Francesa: Jean Calvin, L’Institution Chrétienne, Genève, Labor et Fides, 1955, v. 1, p. IX; François Wendel, Calvin, New York: Harper & Row, Publishers, 1963, p. 113-114; W. de Greef, The Writings of John Calvin: An Introductory Guide, Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, 1993, p. 199; Philip Schaff, History of the Christian Church, v. 8, p. 297). Quanto às explicações a respeito dos pseudônimos e fac-símiles das respectivas assinaturas, consulte: Emile Doumergue, Jean Calvin: Les hommes et les choses de son temps, Lausanne: Georges Bridel & Cie Editerurs, 1899, v. 1, p. 558-573 (Apêndice nº VIII). A própria correspondência que vinha dos franceses no Brasil para Calvino, recorria a algum de seus pseudônimos. (Veja-se Frans L. Schalkwijk, O Brasil na Correspondência de Calvino. In: Fides Reformata, São Paulo: Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper, IX/1 (2004) 101-128).

[32]Vejam-se: Jean Cardier, In: Prefácio à edição Francesa: Jean Calvin, L’Institution Chrétienne, p. IX; Jacques Pannier In: Prefácio à edição Francesa comemorativa do 4º centenário de 1ª edição: Jean Calvin, Institution de la Religion Chrestienne, Paris: Sociéte Les Belles Lettres, 1936, v. 1, p. XX-XXI; François Wendel, Calvin, p. 116-117; Daniel-Rops, A Igreja da Renascença e da Reforma: I. A reforma protestante, São Paulo: Quadrante, 1996, p. 383 ; Alister McGrath, A Revolução Protestante, Brasília, DF.: Palavra, 2012, p. 99.

[33]No dia 25 de dezembro de 1555, Calvino escreve ao pastor de Zurich, Johann Wolf (c. 1521-1572), amigo de Bullinger, em resposta à sua carta de 3 de dezembro. Nela retrata algumas de suas angústias:

“Creia-me, tive menos problemas com Serveto e tenho agora com Westphal e seus companheiros, do que com aqueles que estão próximos de mim, cuja quantidade não pode ser estimada e cujas paixões são irreconciliáveis. Se pudesse escolher, seria melhor ser queimado pelos papistas do que ser eternamente praguejado pelos vizinhos. Eles não me dão um momento de descanso, embora possam ver claramente que estou entrando em colapso sob a carga do trabalho, perturbado por tristes acontecimentos intermináveis e por demandas importunas, Meu único conforto é que a morte logo me tirará desse serviço sobremodo difícil” (Calvino para o pastor em Zurich: Rudolf Schwarz, ed. Johannes Calvins Lebenswerk in seinen Briefen, Neukirchener Verlag: Germany, 1962, v. 2, p. 819).

[34]B.B. Warfield, Calvin and Calvinism, Grand Rapids, Michigan: Baker, (The Work’s of Benjamin B. Warfield), (Reprinted, 2000), v. 5, p. 8. Veja-se também: William Cunningham, The Reformers and the Theology of the Reformation, Carlisle, Pennsylvania: The Banner of Truth Trust, 1989 (Reprinted), p. 295.

[35]João Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo: Paracletos, 1999, v. 1, (Sl  2.10-11), p. 74.

[36]João Calvino, O Profeta Daniel: 1-6, São Paulo: Parakletos, 2000, v. 1, (Dn 3.30), p. 232.

 4,191 total views,  11 views today

Comments

G-BJPJGFD6S2